Saturday, June 23, 2007

Rua da Betesga treina-se para engolir o Rossio (finalmente...)


Lisboa: Rossio engole caixa de distribuição da EDP

Uma caixa de distribuição de electricidade da EDP foi hoje engolida junto ao Rossio, no centro de Lisboa, pelo abatimento do pavimento que a sustentava, disse à agência Lusa fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros.
Contactada pela Lusa, a Protecção Civil afirmou que «todas as providências foram já tomadas» para garantir a segurança imediata no local, que «não há risco de aluimento» e que cabe à EDP «rectificar» a situação.
O incidente deu-se a meio da tarde, na Rua da Betesga, tendo os bombeiros mobilizado duas viaturas e sete elementos para o local.
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Esta notícia mostra que as forças do subsolo não se encontram inertes e a qualquer momento será possível que o Rossio venha a ser deglutido pela Rua da Betesga. Cumprir-se-á, desse modo, um destino profético que a vox populi há muito profetizava. Para já, ocorreu um pequeno - mas não menos significativo - treino que a Rua da Betesga realizou com uma caixa de distribuição da EDP. Buuurrrpp! Ouviu-se um sonoro arroto no local, tendo a Protecção Civil acalmado os transeuntes enquanto despejava 10 frascos de sais de fruto na pequena cratera ácida.



Sunday, March 25, 2007

À segunda-feira

À segunda-feira sinto os colegas como estranhos. Na verdade são estranhos por não serem da minha família. Venho do fim-de-semana e vejo-os como ainda mais estranhos. Tenho que pensar em reconquistá-los. Porque não me surpreende que eles também me vejam como o estranho que está à sua frente. Talvez não compreendam esta forma de rejeição como eu a sinto e sei porquê. Algum afecto e amabilidade, não puxar assuntos de clivagem. Hoje é 2ª feira. É preciso recomeçar. Desculpe: não o conheço de algum outro lugar? Talvez desta mesma sala meio-aberta para um corredor. Trabalhámos juntos, lembra-se? Até 6ª feira. Depois fui passar o sábado e o domingo com os meus queridos. A Teresa, o Diogo e até a Bárbara, o João e o pequeno Francisco estiveram comigo. Esqueci tudo o que se passou nesta sala antes de hoje. Vamos começar de novo? Como disse que se chamava? Ah, muito prazer. Eu sou o José.

Thursday, March 22, 2007

Amanhã é sexta-feira


O melhor dia da semana. Mas isso é uma verdade quase universal. Com a mania do casual já há quem venha trabalhar praticamente de pijama. Casualmente, vieram trabalhar. Mas não é preciso exagerar. Nesse acaso feliz que faz da sexta um dia diferente. Porque interrompe, suspende ou adia. O trabalho sério e a colega ocasional. Troca os afectos e destempera os neurónios como pura casualidade. É tempo de encasar. De ir para casa e entristecer até domingo. Murchar o ego depois do jantar, lá em casa. E no fim lá vem a Segunda! Tenebrosa e imprópria para cardíacos. Regressa a gravata do fundo da gaveta por troca com o pijameta. Até à próxima. Vez?

How to obtain recognition for Your presentation – Part I

Uma das 7 melhores coisas da Vida é estar perante uma audiência com muitas pessoas (na verdade, quantas mais melhor) e ter algo para lhes comunicar.

Sorrir sempre, ou quase sempre.

Não há medos ou receios, todos querem ouvir e saber.

Se algo corresse menos bem: suponhamos um tropeção em palco, p.ex. (ou apercebermo-nos de que acabámos de dizer uma “asneirada”) – deve de imediato ter um auto-comentário que mostre descontracção, à-vontade, e que permita à audiência dar a sua risada. Isto tem a vantagem de tornar a audiência mais atenta e mais tolerante.

Cuidado com o tom de voz: nada de voz sumida, monocórdica e sem expressão corporal – tipo múmia. Não cair também no oposto. Tudo na devida dose: “sentir” o que se está a dizer. Transmitir alguma emoção na voz, pela oportunidade de partilhar o conhecimento ou uma visão. Passar o entusiasmo. O corpo deve expor com naturalidade movimentos que reforcem essas atitudes.

Se eu estivesse a sentir-me “pequenino”, nervoso (com um nó no estômago ou na garganta), com a cabeça a “milhas” dali, a tentar concentrar-me e não conseguindo...
Fecharia os olhos por um segundo, e tentaria ver-me a mim mesmo como se estivesse a observar-me a partir do lado oposto da sala junto ao tecto. No segundo imediato, regressaria ao “meu corpo”, à posição real, ao mesmo tempo que faria uma respiração forçadamente lenta e profunda. Em seguida, abro os olhos ao mesmo tempo que sorrio levemente e penso na sorte que aquelas pessoas à minha frente têm por Eu estar ali.
E isso dá-me um grande prazer, saber que sou tão apreciado. E vou fazer por lhes mostrar como também estou a gostar de ali estar.

Se a técnica do parágrafo anterior não resultar, imagino que todas as pessoas ali à minha frente estão sentadas em trajes menores... (*) O ridículo da situação imaginária (que pode ser outra qualquer, desde que seja fortemente desajustada da realidade presente...) irá provocar uma maior ou menor vontade de me rir que devo aproveitar porque vai desfazer os “feixes de nervos” que sentia antes, mas tenho de ter cuidado para não começar a dar gargalhadas sozinho em palco (nesta hipótese devemos aproveitar para contar uma piada ou um facto simples ocorrido na viagem ou no hotel que passe por piada).

O humor é bem vindo, desde que não se goze directamente com uma audiência desconhecida.

As perguntas têm de ser repetidas para a audiência porque, muitas vezes, quem faz a pergunta só se consegue fazer ouvir pela pessoa que está em palco. Além disso, também se ganham uns momentos extra para pensar numa possível resposta.

(*) Aquilo que é proposto é apenas um artifício psicológico e não tem qualquer relação com sentimentos ofensivos ou humilhantes para a nossa estimada audiência (por quem devemos sentir, quase, afecto).

Travessia do deserto


Homenagem a Robert Frost

The Road Not Taken

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that, the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I-
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

By Robert Frost

Monday, March 19, 2007

Passaporte por favor...

Há um caminho para a esperança que é trilhado pelas aves e outros animais como nós. Voltam do Sul na Primavera e para lá regressam no fim das férias. Violam todos os anos o acordo de Schengen. Ninguém repara a não ser que seja portador do H5N1.

Segunda-feira

Segunda-feira dia pesado. Regresso a rotinas e gente esquecida. Um sábado e um domingo de permeio. Quando começava a apreciar a ausência sou forçado a voltar ao trabalho. Bom dia como é que o senhor e aquela menina ali se chamam? Já cá estavam antes? Parece que foi há tanto tempo! Somos mais estranhos todas as segundas-feiras. Os colegas são diferentes de quando os deixámos. Trazem sobressaltos nos hábitos a que nos tínhamos acostumado.

Todas as semanas repete-se esta cena.

Thursday, March 15, 2007

Proconsul



Quem não reconhece um certo ar pós-moderno...?

Talvez, mesmo, algum desencanto.

Não há dinheiro pró consul

O Governo decidiu encerrar 11 consulados: presume-se que os seus funcionários tivessem ficado... desconsolados.

Wednesday, March 14, 2007

Quando o Sol nasce, há dias assim...





Quem fala de pôr do sol precisa de conhecer o nascer...

Tuesday, March 13, 2007

Como é que se desliga isto?

Como é que se desliga isto?

Começar é fácil. É sempre. E parar? Convém talvez começar por aí! Começar pelo fim? Sim, afinal trata-se apenas de começar... a acabar. Convém saber acabar. Muitas mais coisas seriam iniciadas se soubéssemos como acabá-las. Assim, não começando ficamos só com a idéia. Muito do que fazemos está começado e não está acabado... porque não sabemos como acabar. Ou está suspenso ou não admitimos que já passou o tempo de terminar e deixamos que continue. Desvalorizamos o que principiámos por não saber quando e como acabar.

Seguimos o índice no manual de instruções: desligar/stop/acabar/alto/terminar

até logo