Wednesday, August 29, 2012

Hoje foi um dia lindo. O sol brincou com as nuvens, suas parceiras.

Thursday, July 26, 2012

Sonho

Deixei a Lua no céu Obscurecida por nuvens esparsas, Larguei as velas Ao vento pertinente. A noite acolhe no balanço do mar Esta nave em que sonho Um futuro nem longínquo Nem próximo. Simplesmente ao lado Destas latitude e longitude, Numa ilha por descobrir Habitada ou não. Ao fim de 114 dias e noites, Mulatas esperam O desembarque venturoso Para levar-me ao seu rei E chefe religioso. A fé medeia este encontro Em que a carne espreita A oportunidade descabida. Serpentes enroladas nos braços Símios e bácoros amestrados Acompanham seus corpos floridos. Iniciam uma dança saudando, Enquanto pássaros coloridos Sobrevoam guinchando. O mar lançou-me na praia, Após vagas e correntes sem fim Adormecerem o propósito extremo, E ficar só na areia, Desarmado e desnudo. Por fim termina e acordo Só me resta a flor fechada Na mão como recordação E troféu neste regresso.      

Friday, July 6, 2012

Futuro

Eu tambem li o livro O Colapso. Falta agora pensar nas alternativas ao modelo economico, social e da vida de cada um que garanta a sustentabilidade do pais e da Europa. Precisamos de gastar menos e melhor. Aproveitar os recursos tendo consciência da sua raridade. Substituir a sociedade do consumo, que quer sempre mais e mais e gera desperdícios enormes, por uma sociedade orientada aos valores, a solidariedade, que ponha as pessoas, o seu bem estar e a realização individual em primeiro lugar. A própria moda terá de reinventar-se através de princípios de reutilização criativa.

Tuesday, June 12, 2012

5 Perguntas para a Selecção

5 Perguntas para a Selecção Suponha que foi eleita uma mulher para Presidente da República. Como se lhe deve dirigir? a) Presidenta; b) Você; c) Sra. Dona; Se as bolas que batem nos postes ou na trave entrassem, a seleção teria já marcado: a) Inúmeros golos; b) Diversos golos; c) Muitos golos; Se a seleção entrar de férias mais cedo, a quem devem ser pedidas responsabilidades? a) Paulo Bento; b) Presidente da FPF; c) Cavaco; Qual foi o último livro que leu? a) Livro de cheques; b) Lista telefónica; c) Menu do restaurante; O que lhe parece ser o Protocolo de Kyoto? a) Filme de acção; b) Jogo de consola; c) Acordo da FPF com o município de Kyoto;

Sunday, June 3, 2012

Atentado a Salazar

Robert W. Barr deslocou-se no seu Packard Clipper Super de 1957, a caminho do aeródromo. De Martha Vineyard a Washington seriam menos de 2h. Eram 10 h de 6 de Abril de 1963. A ser verdade, um dos últimos ditadores da Europa teria sido vitima de um atentado em Lisboa. Agora era necessário reunir informação e preparar os próximos passos. A secretaria de Estado era, sem duvida, o melhor local para o fazer. Toda a tecnologia de comunicação e computação mais recente encontrava-se disponível, e todos sabiam qual o seu papel.

Monday, May 28, 2012

Ebulição Social

Pouco a pouco, diferentes fenomenos que apontam para a ebulição social vão se manifestando com frequência cada vez maior. De que fenomenos estamos falando? De suicidios, assassínios seguidos de suicidios, de consumo de antidepressivos cada vez maior, de taxa de desemprego aumentando, de assaltos, de corrupção manifesta por parte de diferentes intervenientes políticos e representantes de autoridade, de aumento do numero de famílias que entregam a casa, de aumento do numero de pessoas que perdem a sua independência. E outros fenomenos revelam, ainda que indirectamente, a convergência para um estado eminente de ebulição social. Claro que há válvulas de escape que, ciclicamente, sao activadas para reduzir a pressão. Futebol, Festivais de musica, a igreja. Como na semana passada, 4a feira pelas 17h, tanta gente nas praias a volta de Lisboa. Descomprimindo, né?

Tuesday, May 22, 2012

Novo Mundo. Nova Economia.

Acredito num mundo sem esbanjamento de recursos. Em que a moda e o marketing nao levem as pessoas a mudar de objectos e artefactos só porque sim. Para que as empresas e fabricas mantenham o seu crescimento sem limites. Acredito numa economia racional e de baixa intensidade. Em que o ambiente seja protegido e novos valores fundamentais para o ser humano vindiquem. Acredito num mundo sem inveja e em que as nações se entreajudem. Um mundo com oportunidades para os jovens e que proteja os idosos e os doentes.

Thursday, May 17, 2012

Porque nao confiam?

Porque não confiam? A inquisição trouxe a Portugal os célebres tribunais e uma justiça religiosa sem qualquer credibilidade processual com implicações directas no destino de muitos. A denúncia fácil permitiu agilizar a realização de verdadeiros ajustes de contas, através do estabelecimento de um processo fundamentado na extorsão sob tortura de uma confissão. Essa confissão, em lugar de possibilitar o perdão fundamentava a ilegítima condenação. Séculos mais tarde, durante os anos do consulado de Salazar, a prática de tortura para obter confissões e o fomento da denúncia regressam à sociedade portuguesa. Mas estes foram tempos que eu próprio vivi. E posso afirmar que havia um cuidado particular de não nos exprimirmos livremente pois corríamos o risco de ser denunciados. Não se podia confiar. Salazar e, mais tarde, Marcelo também não confiavam no eleitorado, pelo que os resultados eleitorais eram fabricados de acordo com as conveniências do estado. A guerra de África levou os filhos da terra para longe, para defenderem um Portugal pouco perceptível para as gentes do continente. Essa guerra teve custos humanos e materiais e uma duração que marcaram, pela negativa, os continentais. Não ficaram com o petróleo e os diamantes. Não viram contrapartidas no dia-a-dia, para os sacrifícios que tiveram de fazer. Mais tarde tiveram ainda que acomodar os chamados Retornados, criando-se oportunidades de emprego, habitação e vagas no sistema de ensino. Na moldagem genética da não-confiança constam ainda: •Fuga da corte de D. João VI para o Brasil que deixou os portugueses entregues à sua sorte e às invasões napoleónicas. •Guerra civil entre liberais e miguelistas, no século XIX. •Perda de confiança na monarquia (episódio do mapa cor de rosa) e estagnação económica. •Assassinato do Rei e do Príncipe herdeiro, e posterior implantação da República. •Participação na I Guerra Mundial, embora do lado vitorioso mas com pesadíssimas baixas. •Clima de confrontação quase ininterrupta entre diferentes facções no período da I República, entre 1910 e 1926. Três fenómenos globais de diferente significado e impacto eclodiram, ainda, na primeira metade do século XX e afectaram de modo distinto as condições de vida e, também, a confiança da população portuguesa: •A epidemia de gripe espanhola. Dizimou grande parte da população havendo registo de mortes em quase todas as famílias. Confiança e contágio podiam ser servidos no mesmo pacote. •A grande depressão de 1929. Aparentemente, terá sido suavizada pela mega burla de Alves dos Reis. Tempos estranhos de dificuldades e escassez, mas também de dinheiro fácil. •A II Guerra Mundial. Portugal manteve-se neutro, mas ajudou ambos os lados. Os portugueses dividiram-se nas simpatias para com o Eixo e os Aliados. No final, o orgulhoso e desconfiado Salazar terá impedido que o Plano Marshall tivesse aplicação no nosso País. Verdade é uma interpretação dos factos no que diz respeito à sua sequência, contexto e inter-relacionamento. Aqui deixei uma perspectiva de diferentes causas que terão contribuído para que os portugueses não confiem uns nos outros.

O que fizeram os outros?

O que fizeram os outros? Uns foram para as manifestações; outros foram às compras promovidas com desconto excepcional; outros ainda ficaram em casa comentando no facebook as duas categorias anteriores; outros mais não fizeram nada do que é referido acima. A divisão dos portugueses no 1º de Maio não tem nada de excepcional. Quando temos eleições, os resultados revelam valores de abstenção elevados. Abstenção significa desinteresse do processo eleitoral, dar prioridade a qualquer outra coisa, ou simplesmente não concordar com o processo em si. A abstenção também significa que não se confia em nenhum dos partidos ou candidatos sujeitos a sufrágio. E porque é que se haveria de confiar? O 25 de Abril teve na sua génese o facto dos militares do quadro se sentirem enxovalhados porque os oficiais milicianos lhes foram equiparados, nas suas regalias. Começou por ser um movimento de classe que, mais tarde, foi cavalgado pelos partidos políticos que rapidamente se apressaram a conquistar o poder. A população estava à margem e não teve participação activa, não pegando em armas naquela que foi a última oportunidade de intervenção revolucionária do século passado. Os militares não precisaram da população para levar por diante o golpe que ditou o fim do regime anterior. A esta conquista de poder pelos militares sucedeu uma transição, nem sempre suave, para novas estruturas de representação política, nova constituição e a passagem de testemunho para os partidos políticos como representantes da vontade popular, através da realização de eleições livres. O Conselho de Revolução foi o último resquício do poder militar. Desde então os portugueses são chamados a confiar regularmente o seu voto em eleições e referendos. As escolhas têm configurado o que se convencionou chamar de alternância democrática que tem ocorrido ciclicamente. Assim como se verifica abstenção num processo eleitoral também ocorre abstenção quando são feitos apelos a movimentos populares, ditos de “rua”. De insubordinação ou simplesmente de indignação e que poderiam descambar em violência. Contra as autoridades, contra quem se lhes oponha, contra uma certa classe política, ou simplesmente contra o regime. Para controlar a eclosão de tais movimentos, há várias agências de espionagem com olhos e ouvidos múltiplos que se encarregam de explorar inconfidências e ganhar imerecidas confianças. Que dispõem de sofisticadas tecnologias ao mesmo tempo que usam a inteligência emocional para conseguirem o que querem. As pessoas podem nem ser as mesmas. No entanto, há um virar de costas em ambas as situações. O propósito é manter o seu statu quo, sem confiar e sem participar. Mais depressa se deslocarão a uma grande superfície, à praia, ou ficarão a comentar ou em bricolage caseira. Quando o telejornal abre e, depois do futebol (que é mais importante nos alinhamentos editoriais), lá estão os activistas mostrados em fugazes instantes, alardeando a sua contestação. Confiar é um acto geralmente implícito que deve comportar algumas garantias para mitigar os riscos associados. O mais importante é, contudo, a acção principal que aparece associada ao confiar. O acto de confiar pode, também, ser visto como uma forma de garantia mas de sentido contrário. Chegados aqui, verificamos que nos concentrámos em duas formas de abstenção relativamente à vida política e social para encontrarmos consequências da não-confiança dos portugueses. Essa não-confiança é suficientemente desmotivadora para inibir as acções principais associadas, e tem vindo a aumentar nos escrutínios eleitorais. Presume-se que em resultado do descrédito dos partidos políticos face à não implementação ou afastamento dos seus programas eleitorais. Igualmente forte é o sentimento de que a classe política, no geral, beneficia de condições privilegiadas de que não abdica enquanto a austeridade é imposta à população. Aumenta, assim, a não-confiança nos políticos. Os portugueses não confiam uns nos outros. Cada um pensa primeiro em si, nos seus haveres, na sua família, nos seus amigos e nas suas preferências. O perímetro da sua liberdade de acção e aquilo que pode decidir é constrangido pela liberdade alheia e pela, eventual, cobiça de terceiros. Mas, afinal não há confiança? Há e sobretudo em organizações hierárquicas. Estas necessitam desse tipo de atributo para cimentar os relacionamentos e exercer o poder. Confiar significa correr riscos. Quando se confia fica-se dependente da palavra e da acção de outros. Mas, há vantagens de parte a parte no estabelecimento de relações de confiança ou de parceria, como hoje em dia é corrente dizer. Corresponde a uma estratégia win-win, em que todos ganham.

Friday, May 11, 2012

O outro lado da Lua

Estar desempregado é uma oportunidade. Numa cultura de risco, é uma pausa para respirar entre 2 projectos. Mas ter emprego significa ter estabilidade, poder fazer planos a prazos mais longos. Aceitar compromissos. Aceitando a instabilidade como estando associada a precariedade, é possível encontrar meios de sobrevivência e até ultrapassar o desaire de estar desempregado. O fim de um projecto é parte do processo, da descontinuidade criativa. Contudo, esta filosofia positiva soa a desprezo para muitos quando sai da boca do primeiro ministro. A intenção nao lhe é reconhecida como aceitável, sequer. A velha questão da garrafa meio cheia ou meio vazia. Num registo puramente irónico, se o desempregado nao ganha dinheiro tambem nao o gasta. Se come mal tem a dieta meia feita, nao ira engordar. A auto-estima tem de ser trabalhada, como o corpo num ginásio. Avançar é um desafio. Os desafios criam exigência. A exigência é um caminho de aperfeiçoamento.

Thursday, May 10, 2012

O Cisne e o Cigano

Após falarem de Cisnes Brancos e Cisnes Negros, veio-se a descobrir a existência de ciganos de olhos claros. Denodados investigadores provaram, então. Tal prodígio devia-se a mera recusa quer na aceitação de convocatórias quer na localização dos ditos para comparecimento a rastreio ocular. Iliteracia e soberba juntaram-se. Produzindo-se, fatalmente, conjunto separado de homens e mulheres cegos. Gente primária com conceitos de prioridade e engano passados de boca a orelha. Rebuscado paradoxo, este. Sofredores encontraram as trevas, sem saber. As famílias, contudo, não os deixaram. Alimentaram e cuidaram seus cegos. Na escuridão embora, respeitaram seus dons. Audição excelente e tacto sem par. Amoleciam os duros polícias. Sibilavam ao longe, avisando. Ganhavam reconhecimento, prebendas. Escaparam sempre e pelos mesmos motivos. De receber o diploma das Novas Oportunidades. Acaba assim, esta curta e singela história. Sem título e sem tido a tempo e horas, apoio válido.

Wednesday, May 9, 2012

Números que escondem outros números

Números que escondem outros números 28000 famílias faliram durante o 1º trimestre de 2012. Se cada família tiver, em média, 3 pessoas estamos a falar de 84000 pessoas. Se o crescimento do número de falências for linear serão 336000 pessoas até ao fim do ano de 2012. 1.000.000 de pessoas em 3 anos. 10% da população do país falida. Quando o governo começa a ver luzes ao fundo do túnel e pré-anuncia o final da crise, estará também a visualizar estas previsões de pessoas falidas? O túnel é formado por estas famílias que deixaram de ter rendimentos aceitáveis, sem capacidade para se empregarem, e sem possibilidade de pagar contas que entregam o que resta do seu património para saldar dívidas. Estará a ver o que forma e forra as paredes do túnel? Creio que não. Nem tem qualquer interesse em falar disso. Se as coisas correrem muito mal piram-se todos para outras paragens como fez o anterior primeiro ministro.    

Saturday, May 5, 2012

Quem é que paga a Festa?

E quem é que paga a festa? A primeira PPP aconteceu a seguir ao 25 de Abril quando os Privados que descontavam para a Segurança Social viram o Publico (Estado) atribuir dezenas ou centenas de milhar de pensões a quem nunca tinha descontado. Foi uma parceria imposta. E a essa muitas mais se seguiram, como a saude gratuita. Para ser grátis para uns outros há que pagam a deles e desses. Com os jovens licenciados a emigrarem vê-se que todo o sistema de ensino publico está a tornar-se um sistema parasitário dos dinheiros públicos. Por tudo isso, cada vez mais as atenções começam a ser desviadas do PIB e do rendimento per capita para a verificação de índices de felicidade bruta. Se nao há dinheiro para distribuir venham os palhaços e os mestres da stand up comedy.

O Porco e o Javali

A história do porco e do javali. Há muitas gerações, o antepassado do porco era um javali. O javali caçava, reproduzia-se, e fazia pela vida sem quaisquer ajudas. Um dia, um javali foi atraído com comida e deu por si preso num redil, antes que pudesse fugir novamente. Mas nos dias seguintes, proporcionaram-lhe agua e alimentos e, aos poucos, fugir deixou de fazer sentido. Ficou e, gradualmente, em porco se tornou. Esta é uma metáfora do que os subsidios podem fazer.

Thursday, May 3, 2012

Qualidade? Então nao chega o desconto?

Para quem estudou a existência de redes de frio e a sua utilizacao na conservação de bens perecíveis, tem de concordar que de lacticínios as carnes, peixes e congelados tudo perdeu qualidade nas incríveis demoras. Qualidade precária! Era este o serviço esperado? Se era, baixaram muito as expectativas.

O Grande Sucesso... ou talvez não

Como é que se pode falar de sucesso? Se: Muitas pessoas não encontraram produtos que pretendiam e que normalmente se encontram disponíveis? Mais de 30 minutos em espera na caixa para fazer o pagamento? Esperar para entrar? Dificuldades de circulação no interior do supermercado? Dificuldades no acesso automóvel ao supermercado? Verificaram-se abusos e conflitos que normalmente não se verificariam? Perante as obvias respostas às questões atrás apresentadas, as conclusões podem ser: Não. Não foi uma vitória da organização JM. A imagem da JM sai denegrida na conflitualidade que provocou com os sindicatos, com o 1º de Maio, com os clientes, com os funcionários, com os concorrentes. A JM transformou os seus clientes numa mistura de hooligans e pacientes bonzos, capazes de tudo suportar. A JM impôs ritmos e condições de trabalho lastimáveis aos seus funcionários. A JM expôs toda a sua incapacidade para dar respostas rápidas a quem se quer abastecer. A JM dispôs-se a funcionar com uma procura muito acima do que seria desejável para conseguir tempos aceitáveis. A JM posicionou-se à margem das regras de normal funcionamento social e arrastou consigo a maior parte daqueles que se deslocaram às suas lojas no feriado 1º de Maio. A JM atacou os concorrentes sem qualquer contemplação.

Wednesday, May 2, 2012

Tornado em Sesimbra

Como a dureza do vento cria na memória da pedra, o Great Canyon. Hoje em Sesimbra, um tornado mostrou a potência devastadora em acção. Telhas, árvores, postes tudo girou em torno de um urro.

A Bomba contra o Primeiro de Maio

Ontem foi dia de bomba. Bomba contra o primeiro de Maio. Consumismo versus comunismo. Ir a manifestação ou ir as compras. Ganhou o desconto. O patrão podia comprar votos se eles se vendessem. Ser eleito. Criou a tempestade perfeita graças a sabida ineficácia das suas caixas, dos seus estabelecimentos perante uma procura massiva. Já muito se falou disto, mas quero salientar aspectos ainda nao considerados. Quem entrou até as 10 h conseguiu abastecer-se com os produtos preferidos. A partir dai, os produtos best sellers começaram a desaparecer. Antes disso, os conflitos por disputa tendem a aumentar perante a ocorrência da escassez. Com os preferidos em falta viram-se para os alternativos. Quem queria vinho a 3 € acaba por levar vinho de 6 €. Se nao há vinho levam whisky. Nao há camarão carrega-se lagosta. E pouco a pouco afastam-se da lista e entram no desvario. Sem cereais apanham-se pequenos e baratíssimos electrodomésticos. Haverá poupança? Sim. Mas tanto mais distorcida quanto mais tarde entraram e mais tempo permaneceram. O patrão atirou a bomba. Já sabia que as caixas, os colaboradores, os estabelecimentos nao tinham capacidade de resposta e de escoamento perante uma procura massiva. E, tambem, secou as idas aos hipers da concorrência nas semanas mais proximas. Mas que humilhação monumental nas filas para entrar, para pagar. Tempos infindos por 50% da dignidade.