Thursday, July 26, 2012
Sonho
Deixei a Lua no céu
Obscurecida por nuvens esparsas,
Larguei as velas
Ao vento pertinente.
A noite acolhe no balanço do mar
Esta nave em que sonho
Um futuro nem longínquo
Nem próximo.
Simplesmente ao lado
Destas latitude e longitude,
Numa ilha por descobrir
Habitada ou não.
Ao fim de 114 dias e noites,
Mulatas esperam
O desembarque venturoso
Para levar-me ao seu rei
E chefe religioso.
A fé medeia este encontro
Em que a carne espreita
A oportunidade descabida.
Serpentes enroladas nos braços
Símios e bácoros amestrados
Acompanham seus corpos floridos.
Iniciam uma dança saudando,
Enquanto pássaros coloridos
Sobrevoam guinchando.
O mar lançou-me na praia,
Após vagas e correntes sem fim
Adormecerem o propósito extremo,
E ficar só na areia,
Desarmado e desnudo.
Por fim termina e acordo
Só me resta a flor fechada
Na mão como recordação
E troféu neste regresso.
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